No meio das coxilhas vivia uma tribo guarani, cujo cacique
era admirado por sua bravura e sabedoria, contudo, o velho guerreiro andava
triste, pois já não tinha condições de caçar e pescar. Por não ter filho homem,
a belíssima Yari o tratava com carinho, conservando-se solteira para melhor
dedicar-se ao pai.
Um dia receberam a visita de um homem estranho, mas o acolheram
com os melhores tratos guaranis. Ao amanhecer, o viajante confessou ser enviado
de Tupã e para retribuir a hospitalidade, concedeu-lhe um desejo.
O cacique pediu sua força de volta, para que Yari se tornasse
livre. O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvore de Caá,
ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria todo o vigor, e também
a partir o porongo (a cuia) e a fazer um canudo de taquara (a bomba).
Transformou Yari em deusa dos ervais e protetora da raça Guarani, sendo chamada
de Caá-Yari, a deusa da erva-mate. E assim, a erva foi usada por todos os
guerreiros da tribo, tornando-os mais fortes e valentes.
Hoje, a erva-mate é o tradicional chimarrão, hábito do Rio
Grande do Sul e um símbolo da hospitalidade gaúcha.
Ilustração: Jader de Melo
Esta lenda nos foi lembrada por Débora Mendes
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