No séc. XVI um navio holandês
naufragou na costa capixaba. Os sobreviventes que alcançaram a Praia de Meaípe foram
recebidos como dádiva dos deuses pelos índios Goitacazes.
Adaptaram-se ao local e casaram
com as índias. Porém, um dos náufragos, Augusto, não pretendia habitar Meaípe
por muito tempo. Ele andava pelo litoral procurando por civilização, quando certo
dia avistou uma linda moça, por entre as ondas. Encantado, tentou se aproximar,
mas ela se afastou, cantando uma estranha e linda cantiga até desaparecer pelo
mar.
Determinado a revê-la, aguardou
seu reaparecimento. Eis que era uma sereia, chamada Mariana. Viveram um romance
à distância. Até que Augusto tentou aproximar-se mergulhando em direção de sua
amada. Porém, Mãe D’água não aceitaria o amor entre uma criatura do mar e um
humano, e o transformou em uma rocha.
Alguns dizem que até hoje Mariana
chora por seu amado, outros falam que ela procurou a ajuda do pajé da tribo.
Como o feiticeiro disse que nada poderia fazer, a sereia pediu para ele a transformá-la
em humana. Quando Mãe D’água descobriu, enfurecida foi direto a Meaípe montada
em seu cavalo.
No entanto, os deuses protegem os
amantes. Fizeram o cavalo tropeçar lançando-a sobre a pedra. Augusto teve de
volta sua forma humana e viveu feliz com Mariana.
(Essa lenda nos foi lembrada por
Gilton Martins - SP)
Ilustração por: Dane D'Angeli
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