Na década de 30, no interior do Ceará, era comum a caça de onça para se alimentar. Francisco das Chagas era um dos mais conhecidos caçadores de onça do povoado de Coreaú. O dito era famoso por bem alimentar a imaginação das pessoas com seus “causos” emocionantes. Tanto que recebeu o apelido de “Chaga da Onça” depois de ter contado a maior de todas as suas mentiras já antes contadas.
O conto diz que, na época da chuva, quando as onças
estavam vulneráveis, Francisco resolveu ir caçar sozinho, apesar de todos o
terem alertado sobre o perigo. Depois de dois dias de caça, ele chegou contando
sua proeza pelas ruas: “Eu já tava desistindo quando ela apareceu; a onça maior
que já vi. Fiquei de frente a danada e apontei minha espingarda para sua cabeça.
Mas o bicho era tinhoso e me arrancou a arma com as patas e rugiu forte com seu
bafão fedorento. Na hora, não pensei duas vezes, enfiei meu braço direto na
garganta dela e puxei o rabo por dentro até ela ficar pelo avesso!”
O velho Chaga da Onça virou lenda da região e, até
hoje, suas mentirosas façanhas mirabolantes são lembradas. Afinal, “quem conta
um conto aumenta um ponto”.
Essa lenda foi lembrada por seu neto Venício
Fontenele – Edifício OAB – DF
0 comentários:
Postar um comentário