Curiango



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Existia uma moça, muito antigamente, que morava lá nos confins do sertão, onde havia poucos habitantes aqui e acolá. Essa moça era meiga, agradável, prendada e tinha formas bonitas, mas escondia algo. Um mistério! Usava um véu sobre o rosto e ninguém na vizinhança nunca havia visto sua face.
Nesse pedaço do sertão, vivia um belo rapaz, de nome Curiango. Curioso por natureza. Gostava de tudo na moça, inclusive o tal mistério. Até que a pediu em casamento.
Caída pelos encantos do rapaz, aceitou o pedido, mas com uma condição: ele jamais deveria tentar ver o seu rosto. Curiango aceitou, mas achando que com o tempo isso seria resolvido, pois um dia a convenceria a mostrar-se.
Casaram-se. Os anos passaram e nada de tirar o véu. Curiango não aguentava mais. Então arquitetou um plano. Levou a esposa à noite para tirar mel de abelha. Fez uma fogueira para espantá-las da colmeia e conseguirem tirar o mel sem risco.
A moça com medo das abelhas saiu correndo e, na correria, Curiango arrancou-lhe o véu. Mas o que viu o deixou tão aterrorizado, que começou a correr da mulher, fugindo assustado. A moça gritava: “Curiango”! E ele respondia: “amanhã eu vou, amanhã eu vou!” E dizem que está correndo até hoje.
(Essa lenda nos foi lembrada por Daise Aparecida - GO)
Ilustração por: Dane D'Angeli

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