Num tempo distante, em um pequeno
povoado próximo a uma lagoa, no Piauí, uma moça vivia desconsolada. Estava
grávida e o pai da criança havia sumido sem dar satisfação. Com vergonha da
vizinhança, pois seria um escândalo se todos soubessem, assim que a criança
nascera colocou-a num tacho de cobre e jogou-o na lagoa.
Iara ficou enfurecida, tomou a
criança para ela e provocou o crescimento das águas. Inundou as margens do lago,
engolindo as árvores e estendendo-se tanto pela terra que a lagoa tornou-se
vasta e mágica. Hoje nomeada como a Lagoa de Paranaguá.
A mãe do garoto arrependida
voltava à lagoa todas às noites esperando encontrar o seu filho, porém apenas
escutava o som do choro de uma criança que vinha de dentro das águas.
O fenômeno do choro atraiu a
presença de muitos curiosos, mas depois de algum tempo começou a incomodar a
ponto de ninguém querer construir suas casas próximas da lagoa. Até que um dia
o som do bebê acabou. As pessoas voltam a se aproximar, mas passaram a ver surgir
das águas a figura de um menino de
cabelo vermelho pela manhã, um homem de barba ruiva à tarde e um velho de barba
branca à noite. Muito tímido, dizem que ele foge dos homens, mas quando avista
mulheres bonitas, tenta abraçá-las e beijá-las. Ficou conhecido como Barba Ruiva.
(Esta lenda nos foi lembrada por
Pedro Everton - DF, Vanúsia Barbosa - SP e Lúcia Costa - GO)
Ilustração por: Dane D'Angeli
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